Rumos do BRIC e avanços das negociações com a China

O encontro da cúpula de chefes de Estado do BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia), ocorrido em Brasília em 15/04/2010, com o tema "O papel do Bric na transformação global pós-crise econômica", os países trocaram opiniões acerca dos desafios comuns e oportunidades enfrentadas pelos quatro Estados no período pós-crise e sobre a atual conjuntura econômica mundial. Para que se possa colecionar sugestões ao aprofundamento das colaborações entre os membros do Bric.
De acordo com a agenda da reunião, os temas debatidos na cúpula foram relativos aos investimentos diretos estrangeiros, à inovação tecnológica, os desafios impostos pelas mudanças climáticas, ao comércio internacional e à resposta à crise financeira global.
A inteção da cúpula seria também um teste para presidente brasileiro convencer a Rússia e a China a apoiar a questão negociada em vez de uma sanção nova ao Irã (no caso das armas nucleares). Segundo o jornal o Estadão: "A recusa de Pequim e Moscou deixaria o Brasil isolado nessa questão. Entre diplomatas que acompanham o tema, essa possibilidade parece totalmente plausível, por causa dos desdobramentos recentes da conferência nuclear em Washington”.
Os países do BRIC também querem transações comerciais em moedas locais, sem a intermediação do euro. Para isso, serão negociados acordos de cooperação monetária, entre os dirigentes do Bric, para facilitar investimentos e ampliar o comércio no âmbito desta organização.
Os chefes de Estados assinaram um comunicado conjunto pedindo uma conclusão das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird). Defendem que para a reforma de estrutura de governância destas instituições, será necessário uma mudança substancial no poder de voto em favor dos países em desenvolvimento e das economias de mercados emergentes, com a intenção da participação na tomada de decisões, para que se alinhe com o peso relativo destes na economia global.
Durante o encontro Lula defendeu uma presença maior do BRIC nos organismos internacionais, apontando para os esforços em defesa de uma governança global.
Brasil x China
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Hu Jintao, assinaram acordos nas áreas de tecnologia, petróleo e cultura.
Um dos acordos firmado, é a exploração de petróleo na bacia do Maranhão pela China. Sendo desta forma a maior parceria do Brasil na área de petróleo. Outro acordo, anunciado por Lula, é que as empresas LLX, do Brasil e a estatal chinesa Wisco negociam a construção de um complexo siderúrgico no Porto Açu, no Tio de Janeiro.
A China é hoje o principal parceiro comercial e o maior mercado para as exportações brasileiras.
O Brasil quer aumentar o valor agregado de suas vendas aos chineses, pois a China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil o maior mercado para as exportações brasileiras. Porém para aumentar as trocas comerciais do eixo sul-sul, o setor aeronáutico pode ajudar a tornar o comércio bilateral com a China mais equilibrado. E fica com o empresariado brasileiro o desafio de ser mais arrojado na conquista do consumidor chinês, A Expo Xangai oferece uma excelente oportunidade.
Análise dos Encontros
A importância da análise do contexto internacional para uma empresa é de grande valia, pois podemos tirar uma análise:
- Dos rumos que a política internacional e comercial brasileira esta tomando
- Sobre a importância de parcerias como o Bric, ou seja, a união de países com metas em comum para facilitar e efetivar objetivos, junto aos organismos internacionais.
- De que forma estas parcerias afetam o negócio de uma empresa nacional? Pois, precisamos lembrar que mesmo que a atuação da empresa seja local, a concorrência é global.
Tomando a última pergunta lanço o caso a seguir.
Durante a Crise Econômica Mundial de 2009 várias empresas do setor logístico sofreram com a baixa do dólar ou a queda da balança comercial.
No entanto, uma empresa deste setor, desafiou a crise econômica e realinhou suas estratégias, mantendo o foco no mercado interno, a companhia investiu na ampliação da sua frota de *cabotagem e comercialização de rotas que vão so sul ao norte do Brasil. Desta forma, aumentado a movimentação mensal de 1,3 mil TEU'S, no início do primeiro trimestre de 2009, fechando, o último trimestre de 2009, com um volume mensal de 5 mil TEU'S.
Neste caso a empresa, observou uma oportunidade de aumentar seu lucros, mesmo diante da crise internacional. Realinhando suas estratégias observando e analisando o cenário econômico internacional.
Por isso, analisar o contexto internacional é de suma importância para as empresas, pois, várias oportunidades podem ser avistadas (como o caso da exposição de produtos na Expo Xangai), e vários problemas podem ser prevenidos.
*Cabotagem é a navegação realizada entre portos interiores do país pelo litoral ou por vias fluviais.
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